O ano praticamente acabou e é tempo de sonhar. Sonhar com um novo ano, novas oportunidades, novas vivências. Nessa época, costumamos colocar novas metas e pensar sobre como iremos desbravar o desconhecido no ano seguinte. Criamos expectativas para o que está por vir, ao mesmo tempo que desfrutamos de bons momentos ao lado dos que ficaram em nossas vidas. Também nos arrependemos e analisamos nossos erros ao mesmo tempo que celebramos o que passou. De forma reflexiva e emotiva, pensamos sobre o que foi e o que poderia ter sido.
Você, como a grande maioria, provavelmente deve preparar suas resoluções de ano novo, mesmo sabendo pelos inúmeros artigos que vemos por aí que não adianta muito. Bom, deixa eu te contar, de um ano para cá eu mudei o meu approach e minha relação com o ano que está por vir. Não me engajo mais em ‘resoluções’, porque muitas vezes elas mudam no meio do caminho. Sinto que tem muita pressão se as coloco como metas no final do ano – isso porque eu odeio falhar comigo mesma, já que a sensação de fracasso é ainda maior – por isso opto por fazer uma espécie de ‘revisão de final de ano’ e avalio o que correu bem e o que não correu bem. Defino o que eu quero expandir em relação ao meu foco, energia, tempo e investimento financeiro e o mais importante, traço um plano de ação para colocar em prática as mudanças que quero que aconteçam, e olha, confesso que tem rolado.
A virada de 20-21 foi ok só para quem talvez viva em outro planeta – não tínhamos vacina e nem víamos a luz no final do túnel – portanto, o próximo dia 31 carrega consigo uma esperança, mas a verdade é que para sermos ainda mais felizes, devemos nos preocupar menos e agir mais – fato demonstrado, por exemplo, pelo estudo recente do economista da Universidade de Chicago, Steven Levitt (aka Freakonomics).
Levitt montou um site em que convidava os visitantes que enfrentavam decisões de vida importantes e impasses sobre o que fazer, oferecendo-os uma ferramenta que fizesse a escolha por eles, através de uma moeda virtual (o famoso cara/coroa). ‘Heads’ representava a mudança e ‘tails’ mantinha as coisas na mesma. Os participantes poderiam receber conselhos sobre tudo, desde ter um filho ou começar um negócio até fazer uma tatuagem ou fazer uma dieta. Cerca de 20.000 pessoas aceitaram participar. Os resultados? Bom, eles indicaram algo profundo sobre a natureza humana: estamos realmente inclinados para o status quo, mas seríamos mais felizes se abalássemos mais nossas vidas. Ao verificar com os participantes após dois e seis meses, o economista descobriu que aqueles que fizeram grandes mudanças em suas vidas por causa do sorteio aleatório (ou mesmo apenas porque decidiram que era a coisa certa a fazer) eram notavelmente mais felizes do que aqueles que continuaram em seu curso anterior.
Mudar nunca é fácil, mas se parar pra pensar por que todo ano suas resoluções (ou pelo menos, algumas delas) não se concretizam? Por que você fica mais improdutivo com o decorrer do ano? Imagino que seja pelo fato de você estabelecer metas sem saber realmente o que quer da vida. Talvez suas resoluções e objetivos estejam baseados nas expectativas dos outros. Talvez você esteja sendo motivado por uma falsa necessidade de se conformar às normas da sociedade.
Portanto, tudo isso foi apenas para tentar exemplificar e demonstrar o que falei acima: não crie resoluções e faça muitos planos. Avalie, reflita, porém o mais importante, aja. Lembre-se do que disse Albert Einstein “insanidade é fazer a mesma coisa repetidas vezes e esperar resultados diferentes.”