O futuro é vintage

O futuro é vintage

A pandemia trouxe o sentimento de nostalgia à tona e muitos vêm falando sobre como os jovens têm optado por comprar objetos antigos, vintage e usados. Os tempos turbulentos que estamos vivendo têm feito as pessoas optarem por uma decoração nostálgica, que traz a sensação de conforto e aconchego às casas. Isso também se dá pela drástica mudança na maneira com que usamos nossos lares, sendo assim, não é nenhuma surpresa que as pessoas estejam expandindo a funcionalidade e o conforto de seus espaços.

Segundo um relatório da Chairish, 31% dos consumidores Millennials e Gen Z relataram que a pandemia aumentou seu interesse em comprar móveis usados ou antigos. Nos EUA, enquanto a moda continua sendo o setor mais popular do mercado de revenda, a categoria ‘home’ tornou-se de repente o segmento de revenda com crescimento mais rápido em 2020, reforçando que os americanos estão adotando hábitos de segunda mão semelhantes, quando se trata de suas casas. Para a Statista, o mercado de revenda de móveis aumentará 70%, de 2018 a 2025.
 

‘Os millennials apesar de abraçarem a tecnologia em muitos aspectos da vida, acabaram por não imitar o mundo da ficção científica que se imaginava ser o futuro, muito pelo contrário, eles refletem o passado’, misturando móveis antigos ao design moderno.

O fornecimento e a disponibilidade

O custo das antiguidades disparou nos últimos anos à medida que sua popularidade cresceu. Sites de revenda de móveis como o 1stDibs (se você não conhece, prepare-se que é maravilhoso) e Chairish aumentaram suas vendas em 23% e 60%, respectivamente.

A vantagem deles é a curadoria que torna a busca pelos itens mais fácil e simples, em contraposição ao deslocamento até antiquários, feiras e mercado de pulgas. A oferta desse tipo de móvel e objeto nos meios digitais, como Instagram e Etsy, também aumentou e muito por conta da quarentena, uma vez que os revendedores precisavam continuar vendendo para se manterem ‘ativos’. Com acesso 24 horas por dia, 7 dias por semana e uma vasta seleção de itens únicos para o lar, 86% dos jovens compradores adoram a emoção da caça aos itens antigos e vintages.

Indo mais a fundo, também tem todo o aspecto de supply chain. Com a pandemia, o fornecimento de móveis em todo o mundo sofreu grandes interrupções devido ao fechamento de fábricas, falta de material, limitações de transporte, alto custo de mão de obra etc… Com isso, as compras de artigos novos poderiam levar prazos longos de entrega, de 8 a 13 semanas, fazendo com que muitos voltassem suas buscas para os ‘second hand’.

Sustentabilidade como uma prioridade crescente do consumidor

Esse desejo em móveis de segunda mão também está atrelado ao movimento semelhante que vemos cada vez mais na moda. Ele é impulsionado pela demanda dos consumidores mais jovens, que estão fartos do fast fashion e que são preocupados com o meio ambiente e com o orçamento. Para se ter ideia, em 2018, os americanos jogaram fora 12,1 milhões de toneladas de móveis se comparado com 2 milhões, em 1960. Algumas empresas de móveis antigos, como a ZZ Driggs, são até mesmo certificadas pela B-Corp.

O fator emocional

Também não podemos deixar de fora o fator emocional e nostálgico que comentei ali em cima. De acordo com essa entrevista, Sheryl Coughlan, que vende antiguidades há 28 anos, diz que a pela pandemia ser uma época de maior solidão, ‘os jovens estão procurando se conectar com os parentes que não podem se ver pessoalmente e que muitos compradores entram em sua loja e notam que uma peça se parece exatamente com algo que sua avó possuía, e eles vão comprá-la apenas por causa disso.’

Imagens: Compare The Market; Chicago Tribune

Abaixo listo uma variedade de marcas que você pode encontrar produtos antigos, usados e vintages – mesmo que você não queira comprar, acessar é uma ótima maneira de criar referências.

1stDibs

Chairish

Ceraudo

Burleigh

Desmobilia

Verniz

Maria Jovem

Casa Teo

Passado Composto

Apartamento 61

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