Começo a reflexão de hoje com uma pergunta: você costuma vivenciar a nostalgia? Para mim, a nostalgia é uma faca de dois gumes – adoro relembrar momentos e fases, mas quando percebo que não posso voltar no tempo, ela muitas vezes se transforma em melancolia. Mas achei interessante trazer o tema para a EYN, porque recentemente me deparei com um vídeo do Dr Clay Routledge defendendo-a como uma emoção positiva e recurso psicológico valioso que pode mobilizar e motivar pessoas a encontrarem um novo significado na vida.
O termo nostalgia foi cunhado em 1688 por um estudante de medicina suiço. Haviam soldados que vinham dos Alpes Suíços para travar guerras nas planícies da Europa que se sentiam muito ansiosos e angustiados. Observando-os, ele cunhou o termo ‘nostalgia’ para representar essa dor associada ao anseio das pessoas por sua pátria – e ele a via como uma doença.
Hoje em dia, a nostalgia é considerada um recurso psicológico, sendo muito útil para a nossa saúde e bem-estar. Isso porque, devido ao mundo caótico em que vivemos, nossas mentes naturalmente se voltam para experiências passadas em busca de conforto. E graças às mídias sociais e serviços de streaming, a temos na ponta dos dedos – a nostalgia está em todo lugar: na música, na moda, nos filmes.
No estudo conduzido por Dr. Clay, descobriu-se que na verdade não é certo afirmar que a nostalgia torna as pessoas infelizes e sim que, justamente quando as pessoas estão infelizes que elas se voltam para a nostalgia, já que a mesma tem o poder de confortar. São em momentos da vida de grande mudanças – casamento, gravidez, luto etc que tendemos a querer nos reconectar com o passado a fim de reafirmar quem somos. ‘Estamos felizes em mudar, estamos felizes em crescer, mas queremos sentir que no fundo – a pessoa que somos no fundo, o eu autêntico – é relativamente estável ao longo do tempo.’
Ele também traz outros pontos interessantes: a nostalgia é altamente social, já que quase todas as memórias nostálgicas envolvem relacionamentos íntimos e, portanto, ela também aumenta nossos sentimentos de conexão ou pertencimento, além de aumentar a sensação de significado na vida, já que a maioria de nossas memórias nostálgicas são memórias queridas que nos ajudam a sentir que vivemos uma vida boa. Por outro lado, para alguns, não importa se o pensamento está em algo bom ou ruim, ela sempre pode deixar a pessoa um pouco mais vazia depois.
De fato, tudo isso faz sentido e é muito interessante. Eu nunca tinha pensado em nostalgia dessa maneira e vou começar a reparar em como me sinto. Agora quero saber: e você, como se sente em relação à nostalgia?