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Você é #TeamNatal ou sofre da síndrome do Grinch?

Finalmente chegamos nos últimos 31 dias do ano! Nunca faltou tão pouco para 2023… né? E para estrear esse mês marcado por festividades, resolvi falar de uma de suas principais datas que, mesmo bem popular, pode ser um pouco controversa para alguns… Isso porque, apesar de carregar um significado bonito (dentro e fora da religião), bem como decorações igualmente encantadoras, há quem tenha suas ressalvas e não consiga enxergar tal ‘magia’. Estou falando dele mesmo, o Natal! 

Enquanto alguns se entregam à decoração, com direito a meinhas penduradas e pisca-piscas ofuscantes, se dedicam às listas de presentes, preparam as mais variadas receitas e deixam o Jingle Bell Rock no repeat, outros não suportam nem ver a cor vermelha e têm uma verdadeira repulsa a qualquer velhinho de barba branca mais comprida.

Eu, particularmente, apesar de ter sido apelidada carinhosamente de ‘Grinch’ (porque, como judia, não tenho o Natal no calendário), sou apaixonada pela festividade e tudo o que elaproporciona. Adoro participar dos jantares e demais celebrações na casa de amigos,  acho a data realmente cativante! Mas sei que existem aqueles que não se identificam com nada disso… E se esse é o seu caso, tenho uma notícia: você pode ser um verdadeiro Grinch da vida real.

A síndrome do Grinch, que leva o nome do personagem justamente por se tratar de um quadro de verdadeira aversão natalina (como é o caso do protagonista verde que, em seu filme/livro, detesta as celebrações e faz de tudo para ‘roubar o Natal’ da vizinhança), foi encaixada por psicólogos e psiquiatras na categoria do Transtorno Afetivo Sazonal (SAD), se caracterizando por sintomas depressivos, como estresse, desconforto, irritabilidade, ansiedade e falta de energia, todos desencadeados pela data.

É como se fosse um quadro de depressão que é sempre engatilhado pelo mesmo motivo: o Natal – que apesar de ser uma época do ano naturalmente festiva e carregada de sentimentos positivos em sua essência, acaba despertando sentimentos péssimos em algumas pessoas. 

Os motivos? 

  • Consumismo: alguns alegam que a data perdeu seu real sentido de “amor e solidariedade” para o consumo desenfreado. Hoje, ela não passa de um pretexto para comprar e gastar dinheiro e, muitas vezes, a infelicidade de ter que presentear a todo custo (e até precisar se endividar para isso, só para manter a aparência que a data exige) torna a data desanimadora.
  • Hipocrisia da bondade: outros já não suportam o discurso dos bons hábitos que aparece só durante esses últimos dias do ano. É como se todos se tornassem ótimas pessoas e pregassem valores positivos, que fazem parte da ‘essência natalina’ mesmo que nos demais meses não tenha sido exatamente assim.
  • Reuniões familiares: já que a data carrega um estigma bastante familiar, há quem não suporte a pressão de ter que estar reunido e ‘fazer sala’ com parentes que não se dão bem apenas pelo evento – tendo que ouvir aqueles típicos comentários desagradáveis sobre peso ou perguntas sobre ‘namoradinhos’ – e ainda precisarem simular uma falsa felicidade durante tudo isso. 
  • Saudade e nostalgia: também por esse aspecto familiar, a data acaba se tornando mais triste para aqueles que perderam entes queridos e os relacionam às festividades de alguma forma (seja pelo próprio convívio, por alguma receita que só era feita por aquela pessoa, entre outros motivos). Já para algumas pessoas mais velhas, a nostalgia que a data carrega pode vir seguida de tristeza, por remeter a épocas mais ‘fáceis e felizes’ como a infância.
  • Tempos diferentes: outros simplesmente não enxergam mais a “magia” como enxergavam quando criança. Isso porque, a vida adulta, por vezes, nos força a fechar os olhos para tudo aquilo que, de alguma forma, seja fantasioso e se afaste da realidade 100% factível. A isso, inclusive, também se relaciona o tal do estresse de fim de ano, já que para adultos pode ser mais comum ficar tomado pelo estresse das demandas reais (entregas, urgências, contas a pagar, entre outras ansiedades), do que pelos bons sentimentos. 

Os motivos são inúmeros e bem subjetivos, por isso, esses são só alguns exemplos que resolvi trazer para dividir a reflexão: seja você um amante do Natal, para o qual toda essa lista é novidade, ou um dos Grinchs, que se identificou com pelo menos um dos motivos, é importante olhar para eles com um toque de autoanálise. 

Por que sofremos com essas questões? Por que elas têm o poder de nos afetar? E o que mais elas podem causar? 

Aprender a enxergar e abraçar os nossos sentimentos é um dos primeiros passos para aprender a lidar com eles. No caso da síndrome de Grinch, por exemplo, negar as más sensações atreladas ao Natal, ou fingir que elas não existem, pode até ser pior, afinal, muitas vezes, o que nos separa de poder aproveitar determinadas coisas (à nossa maneira) ou simplesmente parar de sofrer por elas é não entender o porquê elas nos incomodam. 

E mais: você pode não sofrer com isso agora, mas quem sabe alguma outra vivência pode te despertar esses maus sentimentos? 

O que torna a mente humana tão mágica é seu poder de dar significado às coisas. Dessa forma, quem não curte muito o clima natalino pode usar isso à seu favor e tentar ver a magia da época em outros aspectos, ou até mesmo criar um novo significado para ela (junto com outras pessoas queridas) e torná-la tão especial quanto qualquer outro dia do ano. 

Associações que conseguem ser feitas, também podem ser desfeitas, refeitas ou até mesmo criadas do zero. 

E você, depois disso tudo, se considera do #TeamNatal ou reconhece que pode estar sofrendo a tal síndrome de Grinch? 

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