Sem dúvidas, falar de sexo ainda é considerado tabu para algumas pessoas, mas, ao que parece, estamos caminhamos para uma mudança de paradigma à medida que as terapias sexuais hoje em dia estão ganhando força, principalmente, entre a geração mais nova, que já entendeu a relevância do tema.
Tá, mas o que significa isso? Como funciona na prática? Bora se aprofundar nesse assunto juntos!
Qual o papel do terapeuta?
Pra começo de conversa, o terapeuta sexual não pode ser “qualquer um”, como muitos imaginam erroneamente, e muito menos ter um conhecimento raso sobre o assunto, porque sim, o assunto é sério! Ele precisa se inteirar de inúmeras fontes de conhecimento humano para oferecer um tratamento realmente efetivo, tais como: biologia; psicologia; sociologia; educação; neurologia e até medicina. Isso porque a terapia sexual, além de cuidar da saúde sexual, também aborda e trata de inúmeras outras questões, tais como:
- Desenvolvimento sexual ao longo da vida (sexualidade infantil, sexualidade na adolescência e na maturidade);
- Relações sexuais (e seus desdobramentos ligados à questões biológicas e psicológicas);
- Comportamento e atividade sexual;
- Identidade e orientação sexual e também com grupos (pessoas com deficiência, adolescentes, sexo em idade avançada etc).
Quando falamos de “terapia sexual”, muitas pessoas logo atribuem a procura desse especialista apenas a problemas de excitação ou disfunções… o que não é bem verdade. O sexo envolve várias nuances e faz parte de um todo. Inúmeras pesquisas apontam que o próprio estresse atua como um verdadeiro ‘inimigo’ da libido, por exemplo, e que para tornar o sexo mais prazeroso, antes é preciso literalmente pensar no ato, a fim de instigar um desejo a ser saciado. Ah, e só pra constar, você não precisa estar dentro de um relacionamento para procurar por esse especialista, afinal, vamos concordar que sexo também é sobre autoconhecimento, né?
Não à toa, temas como falta de confiança sexual, recuperação de abuso, sexualidade altamente hiperativa e até outras questões relacionadas ao envelhecimento, doença ou incapacidade também são temas abordados (e muito bem-vindos) na terapia sexual!
Não podemos nos esquecer que a pandemia afetou o interesse sexual das pessoas. No Brasil, uma pesquisa nomeada de ‘Emoções em Quarentena’, feita pela consultoria Wonderboom, analisou o tema e constatou que 72% dos brasileiros diminuíram o ritmo das relações sexuais durante esse período.
Outra pesquisa de 2021, com pessoas entre 18 a 45 anos, realizada pelo Instituto Kinsey dos Estados Unidos em parceria com a empresa Lovehoney, apontou que, entre os adultos casados, 25,8% dos millennials foram os mais propensos a “relatar problemas com desejo sexual no último ano”.
A geração que mais sofre com a falta de sexo
Diante disso, cada vez mais casais têm recorrido à terapia sexual para sanar esses problemas. Segundo a terapeuta sexual e dona de sex shop, Bárbara Bastos, “a maior queixa costuma ser a falta de desejo e, consequentemente, a baixa frequência sexual. Mas é importante ressaltar que não existe uma frequência sexual ideal, só vivemos em uma sociedade que, por meio da pornografia, cria um padrão que muitos casais não alcançam e passam a acreditar que existe algo errado”.
E, embora alguns jovens estejam fazendo essa procura soar negativa, na minha opinião devemos enxergar isso como algo bom! Afinal, admitir o problema e ir atrás de uma solução é bem melhor do que fingir que está tudo bem e se auto sentenciar a um relacionamento infeliz.
Eu, particularmente, vejo isso como um grande avanço, porque parando pra pensar, se ir atrás de uma terapia padrão já gera seus preconceitos e tabus, imagina a terapia sexual, né? Por isso, precisamos falar mais sobre o assunto sim, afinal, o sexo é algo intrínseco ao ser humano e deve ser motivo de prazer, nunca de insegurança ou vergonha. Isso se você é do tipo que valoriza o ato – importante lembrar que existem pessoas assexuadas ou que pouco se importam com esse universo.