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Quer ser mais feliz? Não siga sua intuição 

Se você é daquelas pessoas que se considera intuitiva e adora levar isso em conta na hora de tomar decisões, talvez, o que eu tenha pra te falar hoje te choque! Segundo o cientista de dados e ex-funcionário da gigante Google, Seth Stephens-Davidowitz – escritor do best-seller ‘Don’t Trust Your Gut’ (‘Não Confie em Seu Instinto’) – nosso instinto (ou sejá lá como você prefira chamar), geralmente, está errado! 

Tá, mas por quê? De acordo com ele, nossas intuições são, por diversas vezes, influenciadas por falsas impressões pessoais ou apenas uma sabedoria convencional duvidosa. Inclusive, para sustentar seu argumento, foram analisadas centenas de informações disponíveis sobre temas de diversos universos, a fim de nos explicar como elas se encaixam com o que a gente acha que sabe. 

Pra começo de conversa, ele não desvaloriza por completo o instinto, nem o vê como um inimigo, pelo contrário, sob seu ponto de vista, é possível que, às vezes, ele seja útil e contribua conosco de alguma forma. Há estudos, por exemplo, que mostram que se você faz algo em um ambiente controlado, é muito provável que sua intuição seja capaz de sentir coisas que seria impossível sentir de outra forma, como os bombeiros que costumam relatar que conseguem sentir um incêndio antes mesmo que ele se torne visível. Doido, né?

Mas, veja bem: da mesma forma que não podemos ignorar por completo essa “característica humana”, por assim dizer, tampouco podemos confiar cegamente nela, pois pode colocar tudo a perder. O exemplo a seguir, dado pelo próprio autor, pode te ajudar a interpretar isso melhor!

Digamos que após ver um filme sobre uma loja de discos que estourou na época em que a venda desse tipo de produto estava em alta, você decide abrir a sua própria, afinal, parece uma boa ideia e seu instinto está dizendo que será promissor. Acontece que, por se deixar levar por isso, e sem ao menos se dar o trabalho de consultar os dados sobre esse mercado atual, você não sabe que: 1) as lojas de discos têm a menor expectativa de vida média; 2) a média da loja de discos dura entre 2 e 3 anos, no máximo, nos Estados Unidos (região de interesse); 3) seu negócio tem altas chances de falir e, consequentemente, te deixar frustrado. Viu, só? Nem sempre seguir nossos instintos é o caminho certo para a felicidade!  

Daí a pergunta que fica é: será que nós não teríamos muito mais chances de sucesso e seríamos mais felizes, caso nos baseássemos mais em dados e pesquisas, isto é, em uma visão mais racional, no geral, sobre nossas decisões, a confiar cegamente no que aquela vozinha do inconsciente está sussurrando aos nossos ouvidos? Confesso que eu não cheguei a uma resposta final sobre isso… Me considero meio racional demais, às vezes, mas também me deixo levar pelo coração e por decisões mais instintivas. 

Ah, vale dizer que é claro que eu sei (e respeito) aquelas pessoas mais espirituais, que interpretam os instintos como um “sinal do universo”, uma “mensagem” do divino (ou até mesmo dos seus “eus” das vidas passadas) sobre o que elas têm que fazer, mas acho importante pontuar aqui que, terceirizar nossas escolhas, responsabilidades e nos deixar guiar inteiramente por “achismos” e sentimentos, não é, nem longe, a decisão mais sábia a seguir – embora, certamente, isso não queira dizer que a partir de agora, você precise consultar um zilhão de dados e planilhas para tomar cada decisão do seu dia a dia. Enfim, convenhamos que procurar equilibrar essa balança entre o racional e o emocional pode ser a chave aqui. 

E aí, qual sua opinião sobre o assunto? 

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