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O poder do sound healing!

Ioga, depois acupuntura, o reiki, o mindfulness, a crioterapia, o app Headspace (não nessa ordem necessariamente) etc… A verdade é que na cacofonia da vida moderna, encontrar momentos de tranquilidade virou meta de muita gente e, no meio de tanta agitação, muitas vezes nos esquecemos do simples: o som! 

Então, eu te pergunto: você já ouviu falar em ‘sound healing’? Te adianto que sem saber, provavelmente você já se beneficiou dele várias vezes em sua vida. Colocar um podcast com uma voz suave para ajudar a dormir, escolher uma playlist relaxante para a prática de ioga ou apenas apreciar o som das folhas ou da chuva – todas essas são formas, ainda que simples, de se beneficiar da terapia sonora.

Ok, mas o que é ‘cura pelo som’? 

Essa prática antiga, enraizada em culturas de todo o mundo, aproveita as vibrações curativas do som para restaurar o equilíbrio da mente, do corpo e do espírito. Ela opera com base no princípio de que tudo no universo, inclusive nossos corpos, está em um estado de vibração. Quando essas vibrações estão em desarmonia, seja devido ao estresse, doença ou turbulência emocional, ocorre a dissonância. É justamente o realinhamento dessas frequências, trazendo uma sensação de equilíbrio e bem-estar, que a terapia do som foca. Interessante, né? 

Aqui em Londres, cada vez mais pessoas estão em busca de um tempo zen, – inclusive no meio do dia – com muitas se voltando para os banhos sonoros ou ‘sound baths’, apesar de não haver banho de verdade envolvido. Aqui o elemento “banho” refere-se à imersão do corpo em um som harmonioso. Vestidos, terapeutas especializados em som trabalham com vários instrumentos para guiá-lo a um estado meditativo. As diferentes frequências emitidas por gongos, sinos e tigelas tibetanas trabalham para acalmar a mente e curar o corpo, estimulando as frequências de ondas cerebrais associadas ao relaxamento total e ativando o modo de reparo do sistema nervoso. Tudo o que você precisa fazer é deitar-se, ficar confortável, ouvir e deixar-se levar pela sensação de paz. Não é de se admirar que tenha se tornado tão popular.

Leo Cosendai, nascido na Suíça, é o CARA da cena de banhos sonoros de Londres e, sem dúvida, um dos responsáveis por seu recente boom. Autor, professor e celebridade, ele tem como objetivo combater o estresse e tornar a meditação acessível por meio do poder transformador do som, seja por meio de eventos presenciais ou de seu aplicativo, “Third Ear”. 

Como os banhos sonoros podem ajudar sua saúde física e mental

Embora a cura pelo som possa parecer uma tendência, as pesquisas mostram que ela proporciona muitos benefícios à saúde física e mental das pessoas. Um estudo, publicado no SAGE Journal, descobriu que tal prática ajudou a melhorar o humor das pessoas e diminuiu o nível de tensão, raiva e fadiga. E como o aumento da ansiedade, do estresse e do mau humor pode levar a outros problemas de saúde, inclusive aumento da pressão arterial, doenças cardíacas e diabetes, os pesquisadores concluíram que as meditações de atenção plena, como a variedade sonora, podem ajudar a acalmar a ansiedade e melhorar o bem-estar. Isso se deve à resposta fisiológica do corpo e à ativação do sistema nervoso parassimpático (“descansar e digerir”) em vez do sistema nervoso simpático (“lutar ou fugir”). E se você tiver problemas para dormir, as pesquisas mostram que os banhos sonoros também ajudam a dormir melhor.

“Sessões personalizadas combinadas com trabalho reflexivo também podem ajudar a descobrir e liberar traumas passados e trazer clareza a uma situação. Também pode melhorar o foco e ajudar a reformular crenças autolimitantes que podem atrapalhar em um ambiente de trabalho“, revela Farzana Ali, conhecida por seus clientes como a Terapeuta do Som. 

Resumindo, é perfeito para quem pensa demais, para quem tem dificuldade de relaxar com a meditação silenciosa ou para quem sofre com alguma doença mental. À medida que você se permite perder-se no som, dissolve a tensão no corpo e realinha a frequência interna do corpo, diminuindo a frequência cardíaca e deixando-o relaxado e calmo.

Um pouco de história…

Frequentemente usada em cerimônias religiosas e culturais, os sinos de gongo chineses datam de cerca de 500 a.C. e os antigos tibetanos também usavam sinos e carrilhões para cerimônias de cura. Enquanto isso, os gregos antigos usavam comumente flautas e liras – que remontam a 323 a.C. – para terapia musical e seus efeitos curativos. Os pesquisadores começaram a estudar mais de perto a correlação entre música e cura no final do século XIX. Atualmente, as tigelas de som são amplamente utilizadas em rituais budistas e em estúdios de meditação e ioga em todo o mundo, bem como nas casas das pessoas.

Ecos de Serenidade

Comunidades de todo o mundo estão redescobrindo os laços comunitários forjados por meio de experiências sonoras em grupo. De círculos de bateria a reuniões de kirtan, essas jornadas sônicas compartilhadas promovem a conexão, a empatia e a cura coletiva. Me fala se você não fica arrepiado vendo esse vídeo com 2.800 pessoas cantando Murder on the Dancefloor! Emocionante é a palavra.

Enfim, para concluir, sound healing nos convida a redescobrir a harmonia interior ao navegarmos pelas complexidades da existência. Em suas notas suaves, encontramos consolo para a alma, renovação para o espírito e um caminho para um profundo bem-estar. Que tal experimentar? 

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