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Da caverna ao chatbot: A odisseia da informação segundo Harari

Vocês já pararam para pensar como chegamos das pinturas rupestres ao ChatGPT?  Yuval Noah Harari, autor bestseller que escreveu “Sapiens”, aquele que fez a gente repensar toda a história humana, resolveu mergulhar nessa história no seu novo livro “Nexus”, que teve seu lançamento esta semana. Posso adiantar que é uma viagem e tanto! Dessa vez, o papo é sério. Tipo, fim-do-mundo sério.

Primeiro, vamos falar dele. Harari é tipo o guru moderno do Vale do Silício. Ele não usa smartphone, medita duas horas por dia e passa um mês por ano em retiro. Parece que saiu de um mosteiro. Os CEOs das big techs são loucos por ele. Jeff Bezos, Mark Zuckerberg, Bill Gates… todos fãs.

Em “Nexus“, Harari faz algo que ele domina: pega toda a história da humanidade e olha ela pela lente da informação. Ele faz uma viagem no tempo, conectando os pontos desde a Idade da Pedra, passando pela Bíblia, caça às bruxas, stalinismo, nazismo, até chegar ao populismo de hoje. Tudo isso para mostrar como a informação sempre foi o “pulo do gato” da nossa espécie. 

Ele começa com uma pergunta bem intrigante: se somos tão espertos, por que somos tão autodestrutivos? Afinal, nos últimos 100.000 anos, nós, Sapiens, acumulamos um poder absurdo. Mas olha só onde estamos: à beira de um colapso ecológico, afogados em fake news e correndo de cabeça para a era da IA. Opa!

Mas calma lá, não é só uma aula de história, não. Harari está preocupado com o agora e o amanhã. E o que ele vê não é nada bonito. Ele argumenta que mais informação não significa automaticamente mais verdade ou sabedoria. Na verdade, pode ser o contrário.

“As decisões que todos nós tomaremos nos próximos anos” determinarão se a IA se tornará “um novo capítulo de esperança” ou um “erro terminal”, diz ele.

O que é fascinante é como Harari conecta os pontos. Ele mostra como as redes de informação do passado – tipo a invenção da escrita ou da imprensa – se comparam com a revolução da IA que estamos vivendo. E o papo fica sério quando ele diz que a IA não é só mais uma ferramenta, mas uma “inteligência alienígena” que pode mudar completamente o que significa ser humano.

Diferente de livros ou rádios, a IA pode pensar sozinha, tomar decisões e até gerar novas ideias. Imagina só: em vez de robôs assassinos estilo Exterminador do Futuro, Harari alerta que o perigo real está nos algoritmos que podem manipular nossas mentes sem nem percebermos.

Para ele, “a Era da Informação trouxe consigo um paradoxo econômico alarmante: enquanto o conteúdo se tornou mais acessível ao consumidor, sua produção ficou menos rentável. O jornalismo, em particular, sofreu um golpe devastador. Nos EUA, um terço dos jornais desapareceu desde 2005, e mais de dois terços dos empregos na área se evaporaram, criando verdadeiros ‘desertos de notícias’. Agora, a IA ameaça piorar esse cenário. Com chatbots cada vez mais sofisticados, as grandes plataformas podem manter os usuários em seus ‘jardins murados’, oferecendo conteúdo sintético e personalizado, sem necessidade de links externos. Isso não apenas desconecta os criadores de conteúdo de seus leitores, mas também ameaça transformar a internet em um circuito fechado dominado por algumas poucas gigantes tech. O resultado? Um possível empobrecimento dramático de nosso ecossistema intelectual online, onde a diversidade de vozes e ideias corre o risco de ser sufocada por uma homogeneidade artificial.”

Harari mexe com nossa cabeça sobre o que é verdade e poder. Ele diz que a informação não é nem a matéria-prima da verdade, nem só uma arma. É algo no meio, e entender isso pode ser a chave para gente não se autodestruir.

No fim das contas, “Nexus” é um alerta e um convite à reflexão: como podemos usar esse poder absurdo da informação sem nos perdermos no processo? Como redescobrir nossa humanidade compartilhada num mundo cada vez mais digital e dividido?

Então, se você curte pensar sobre o futuro da humanidade (e quem não curte, né?), dê uma olhada nesse livro. Pode ser que ele não tenha todas as respostas, mas com certeza vai fazer seu cérebro dar uns nós pensando nas perguntas certas. E quem sabe, a gente descubra juntos  como navegar nesse novo mundo de IAs sem perder nossa essência no processo. Bora se aprofundar?

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