No auge dos seus 10 anos, Marjane Satrapi já vivia a obrigatoriedade do véu, da sala de aula 100% feminina e das demais imposições da revolução islâmica, comandadas por Aiatolá Khomeini. E em Persépolis, ela nos mostra de perto, e de maneira ilustrada, como era viver abaixo do regime xiita desde o início de tudo, em 1979. Através do formato HQ e do tom político consciente – enriquecido por um humor aguçado, a geopolítica se combina à história de Marjane de forma dinâmica e até descontraída, tornando mais fácil – mas nem de longe menos impactante, o entendimento dos eventos e transformações sociais que se desenrolaram durante o período. Uma autobiografia potente, onde os extremos e opostos se encontram, e que certamente vai te fisgar, assim como fisgou os mais de 400 mil leitores (só na França).
