Estamos nos aproximando da temporada em que descobriremos qual será a cor do ano! Anualmente, a Pantone – conhecida por desenvolver uma linguagem consistente para identificar milhares de tons de cores, escolhe a cor que se tornará uma tendência global, mas você já parou para se perguntar como essa decisão é tomada? Recentemente, li um artigo intrigante sobre o assunto na The Hustle e decidi me aprofundar nesse fascinante tema e processo.
A mente por trás dessa decisão é Leatrice Eiseman, diretora executiva do Pantone Color Institute, também conhecida como a “guru internacional das cores“. Com sua equipe, ela se dedica à análise global de tendências, observação cultural e pesquisa de mercado e, juntos, monitoram diversos setores, como moda, arte, design, entretenimento e tecnologia, para identificar padrões emergentes. Então, Eiseman se reúne com especialistas chamados “uber-observadores”, que fornecem insights sobre as cores que provavelmente ressoarão no próximo ano. E com isso, atribui uma cor para simbolizar o espírito da época.
A tradição começou em 1999, com as incertezas em torno da chegada do novo milênio. O CEO da empresa pensou: ‘e se eles pudessem dar às pessoas algo para se sentirem esperançosas?’ e pediu que Eiseman escolhesse uma cor que representasse tal momento.
Ela escolheu o “Cerulean”, um azul que inspira esperança, como ‘a cor do céu em um dia calmo’. A campanha ganhou destaque global, consolidando a Pantone como uma autoridade internacional em cores, apesar de críticas ocasionais. A campanha não apenas impulsionou a empresa para o mainstream, mas também deu origem à marca Pantone Lifestyle, que hoje representa cerca de 15% dos negócios da empresa com as vendas de
canecas, cadernos, chaveiros, guarda-chuvas, cadeiras dobráveis, entre outros produtos estilizados para se assemelharem às amostras da empresa.
Além de nomear a Cor do Ano, Eiseman dá nomes evocativos a mais de 2 mil amostras de cores da Pantone e também ajuda empresas a desenvolverem marcas e cores exclusivas, como o Azul Tiffany (Pantone #1837), Laranja Hermes (Pantone #1448) e Vermelho Louboutin (Pantone #18-1663 TPX). Sem falar nas inúmeras collabs e produtos!
O timing estratégico da Pantone, ao anunciar a Cor do Ano em dezembro, alinha-se às compras de fim de ano e à temporada em que as pessoas planejam o próximo ano. Afinal, a importância das cores no mundo dos negócios sempre foi destacada por consultorias globais, como a WGSN, que afirma que 98% das decisões dos compradores são informadas pela cor.
E, com tanta influência no poder de decisão dos consumidores, muitas marcas acabam por lançar produtos na cor escolhida. Não à toa, a Pantone ajudou a criar um chá que muda de cor, um hotel inspirado em amostras na Bélgica e até mesmo um café em Mônaco, que serve eclairs de Pistache Verde embrulhados em amostras Pantone. Uma de suas influências mais emocionantes? Uma empresa no Japão criou uma semana de roupas hospitalares com cores licenciadas pela Pantone, para ajudar os pacientes de cuidados prolongados a marcar a passagem do tempo.
A confidencialidade da cor escolhida é crucial, mantida em segredo até o anúncio oficial.
Enfim, a cor é a ferramenta de comunicação mais essencial que existe, sendo a primeira coisa que percebemos e com a qual estabelecemos uma conexão. Ela desempenha um papel crucial em nossa linguagem e na forma como nos apresentamos ao mundo, carregando o poder de comunicar o que palavras muitas vezes não conseguem expressar.
Depois de saber tudo isso, não estou me aguentando de vontade de saber a cor de 2024, e vocês?