Não me pergunte como faço as escolhas dos temas que vou aprofundar aqui. As minhas experiências e vivências, junto com os conteúdos que leio, muitas vezes vão me dando inspiração e ideias do que quero saber mais. Essa semana não foi diferente, mas, dessa vez, mais do que um aprofundamento, eu apenas gostaria de fazer um lembrete a todos vocês do que, para mim, verdadeiramente é importante.
Eu me deparei com uma animação curtinha (3 minutos) sobre a forma como olhamos para a felicidade e como nos enganamos até o fim… E me questionei sobre o conceito de felicidade. A mensagem aqui é simples: tudo o que você tem é o ‘momento presente’ e tudo o que precisamos fazer é nos esforçar para nossa vida ter ‘sentido’, afinal a felicidade é efêmera.
Hoje, acredito que a felicidade é realmente um estado ‘default’. A felicidade está lá quando você elimina a noção de que algo está faltando em sua vida.
Encontrei um artigo muito bom da The School of Life e trouxe alguns pontos dele. Começo então pela visão oriental versus ocidental da felicidade. ‘No ocidente, a tradição intelectual sugere que, para sermos felizes, o que precisamos fazer acima de tudo é sair e subjugar o mundo; assegurar recursos, fundar empresas, administrar governos, ganhar fama e conquistar nações. Em contraste, a tradição oriental há muito tempo nos diz algo muito diferente. Tanto em suas vertentes budista como hinduísta, ela tem insistido que o contentamento requer que aprendamos a conquistar não o mundo, mas o instrumento pelo qual vemos este mundo, ou seja, nossas mentes.’
Para o Oriente, não importa quanto dinheiro acumulemos ou quantos amigos façamos, se permitimos que a nossa mente seja perturbada por nossas emoções – ‘um castelo maravilhoso com inúmeros quartos e um jardim maravilhoso serão dizimados por uma depressão. Uma fortuna não tem qualquer utilidade enquanto a paranóia nos incomoda.’
Como já dizia a música Satisfaction dos Rolling Stones – nº 2 da lista original da revista Rolling Stone das “500 Maiores Canções de Todos os Tempos” – a satisfação é o maior paradoxo da vida humana. Nós a desejamos, acreditamos que podemos obtê-la, vislumbramos-a e talvez até a experimentamos por um breve momento, e então, ela desaparece. ‘I try, and I try, and I try” canta Jagger. Como? Através do sexo e do consumismo, de acordo com a canção – construindo uma vida cada vez mais cara e carregada de ‘besteiras’.
Caso você não saiba, o budismo foi fundado por um antigo principe descontente, Siddhartha Gautama – O Buda – , que uma vez teve um palácio e um fundo fiduciário, fama e servos, que abdicou de tudo para sentar-se debaixo de uma árvore e, portanto, nos dizer com base em sua experiência vivida, o que os bens materiais podem realmente fazer – e não fazer – por nós.
Sabemos que praticar tudo isso não é fácil, mas não é impossível e, se bem feito, teremos acesso a mais ingredientes reais do contentamento do que, por exemplo, uma conta bancária de um CEO de banco. Portanto, o conselho é simples: ‘ao invés de nos esforçarmos para construir fortunas, precisamos passar muitos anos examinando como pensamos e sonhamos; temos que refletir sobre nossas famílias, os sistemas econômicos sob os quais fomos educados, o impacto de nossos impulsos sexuais e a ordem biológica e cosmológica da natureza da qual somos parte infinitesimal.
Gaste mais tempo com sua mente. Afinal, na minha visão, atingir a felicidade é principalmente não sofrer, não desejar, não pensar muito no futuro ou no passado, abraçando realmente o momento presente e a realidade do que é, e da maneira como é.