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A verdade nua e crua sobre o mercado fonográfico 

Não há dúvidas: a música ocupa um grande espaço em nossa vida e tem o poder de nos emocionar, alegrar e até entristecer e, é certo, cada um de nós tem seus cantores, bandas e gêneros queridinhos… Mas será que toda essa relação é baseada unicamente no quanto nos identificamos com eles e com o que eles têm a dizer? Talvez a resposta seja um grande ‘não’…

Isso acontece porque, na verdade, a indústria fonográfica funciona, antes de tudo, à base do dinheiro, o que não é bem uma grande surpresa, né? É como se aqui, o talento, a performance e o “dom” que alguns fãs alegam que seus ídolos têm, ficassem em segundo plano, pois, de nada adianta isso, se eles não tiverem uma boa injeção de grana nos bastidores – tanto para alavancarem em suas carreiras, quanto para se manterem sob os holofotes ou por que nao dizer: empregados.. 

Bom, vamos admitir que tudo envolve dinheiro, né?! Para um artista/banda estar no top 10 da Billboard? Ele paga. Para se apresentar em grandes eventos, como Super Bowl? Ele paga. Para marcar presença em programas de televisão com alto alcance? Ele paga. Isso significa que não necessariamente alguém estar no topo é sinônimo de ser super talentoso, ou o melhor naquilo que faz, já que, em grande parte, o motivo que o levou a essa posição é porque ele simplesmente pagou um valor mais alto… Inclusive, na minha opinião, a mesmíssima coisa acontece com as listas de restaurantes estrelados pelo Guia Michelin. 

Então não, nem sempre ter talento é o suficiente para se construir uma carreira musical.

Ainda mais em tempos como hoje, em que inovações, como o surgimento do TikTok, revolucionam o modo de consumir música, e faz com que se torne cada vez mais necessário que músicos e cantores ampliem sua presença midiática para aumentar seus ganhos financeiros e, o mais importante, ficarem em evidência no mercado. Ou seja, a música vai se tornando parte de um produto complexo do capitalismo, ao invés de apenas um “sonho a ser seguido”.

Não à toa, brigas de artistas com suas gravadoras são bem comuns de se presenciar desde sempre. Alguém aqui acompanhou o desabafo da cantora Halsey no TikTok, por exemplo, sobre suas frustrações com a gravadora Astralwerks/Capitol Records? Ela publicou: “Basicamente, produzi uma música que amo e quero lançar o mais rápido possível, mas minha gravadora não me deixa. Estou nessa indústria há oito anos e vendi mais de 165 milhões de discos, mas a empresa está dizendo que não posso lançar [a música] a menos que eles possam fingir um momento viral no TikTok” 

Neste contexto, vale a reflexão: a música, hoje em dia, não é apenas uma forma de cultura, ela é um produto parte de um mercado multimilionário que nem sempre prioriza a qualidade, o significado das letras, ou as melodias – ao invés disso, dá lugar às batidas chicletes para hitar e às composições apelativas para despertar o desejo. Verdade nua e crua…e um tanto quanto cruel, quando pensamos na quantidade de talentos buscando por uma única oportunidade para ser visto e ouvido. 

Diante disso, a pergunta que paira no ar são muitas! Quem dita o mercado de música, afinal? Grandes bilionários investidores, empresas patrocinadoras, produtoras globais, ou o próprio público? Quem dita as tendências das redes sociais e grandes plataformas?  

Ficam as questões! Qual sua opinião sobre tudo isso? Já tinha parado pra pensar a respeito?

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