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A vida é um sopro

Fiquei extremamente mexida com a morte do empresário João Paulo Diniz. Não, eu não o conhecia, mas senti o susto e a dor de quem o ama e se despede, quase como se o conhecesse. O porquê? Não faço ideia, mas algo nessa história me toca. Talvez tenha relação com um episódio que vivenciei no começo do ano, mas que graças a Deus teve final feliz. Sei lá, talvez seja porque ando atenta, captando as mensagens do universo de que a vida é um sopro e de como nós não estamos no comando de nada. 

Fernanda Young morreu de asma. Paulo Gustavo de Covid. Rafael Mascarenhas, filho de Cissa Guimarães, atropelado. Claudinho, dupla de Buchecha, morreu em um acidente de carro. Malcom X foi assassinado aos 40 anos. John Lennon levou um tiro na porta de casa. Essas são só algumas (poucas) histórias públicas que ficamos sabendo, fora tantas outras pessoas que morrem sem aviso prévio diariamente. A vida é passageira. E diante do ‘adeus’ repentino, percebo que as coisas não precisam mais fazer sentido. Fico feliz em apenas ser, em apenas estar. 

A perda significa aceitar que não experimentaremos ou experienciamos algo, ou alguém novamente. Somos forçados a aceitar a temível palavra ‘nunca’, a sentir um vazio interno. E o ‘nunca’ dói demais, porque significa que aquilo não pode ser mudado. E sempre gostamos de pensar que as coisas podem ser mudadas, essa possibilidade nos faz sentir melhor. ‘Nunca’ significa que acabou, significa para sempre e, essa ideia, é difícil de suportar. 

Como já disse Clarice Lispector, haverá um ano em que haverá um mês, em que haverá uma semana em que haverá um dia em que haverá uma hora em que haverá um minuto em que haverá um segundo e dentro do segundo haverá o não-tempo sagrado da morte transfigurada.’ 

A morte repentina não manda aviso, ela acontece, e nos resta melhorar nossas relações e resolver nossas mágoas no dia a dia. Nos resta demonstrar gratidão pela vida, pelos pequenos e grandes gestos. Nos resta dedicar tempo àqueles que amamos. Todo amor precisa ser vivido, demonstrado e declarado. 

Num instante, nascemos. E, como um sopro, nos vamos. A morte, assim como o tempo, é democrática e não tem hora para chegar, por mais precavido e cauteloso que você seja. Por isso, vamos ao clichezão: viva como se não houvesse amanhã. 

É isso, apenas rabisquei o que estava em meu peito. <3 

Muito amor a todos.

 EXTRA: Um perfil no Instagram que vale a pena seguir: Mark Lemon é um speaker de luto, escritor e podcaster. Ele muitas vezes consegue colocar em palavras o que pessoas de luto não conseguem expressar plenamente. Seu relato é digno para qualquer pessoa em uma jornada de luto.

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