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Abraçando as limitações do tempo!

É, minha gente… inacreditável, mas estamos entrando no último mês do ano. Eu confesso que a cada ano, a sensação de que o tempo passa mais e mais rápido aumenta e, muitas vezes, acompanhado do feeling ‘de que não deu tempo’. O livro “Four Thousand Weeks”, de Oliver Burkeman, oferece ensinamentos valiosos sobre como aproveitar ao máximo nossa limitada quantidade de semanas na vida. Abordando a corrida contra o relógio, o autor critica a abordagem tradicional de produtividade, destacando a pressão para realizar cada vez mais em menos tempo.

Bom, justamente porque temos essa quantidade de semanas, o gerenciamento do tempo é uma das maiores preocupações de todos nós. A obra explora a ironia de como as tecnologias destinadas a economizar tempo podem intensificar a sensação de falta dele. Nossos esforços incessantes para sermos mais produtivos, muitas vezes, afastam o que realmente importa, fazendo-nos viver constantemente no futuro. O autor encoraja a abraçar as limitações do tempo, reconhecendo que escolhas difíceis são inevitáveis.

Uma mudança na abordagem de gerenciamento de tempo

Durante anos, temos sido bombardeados com sugestões sobre como levar uma vida totalmente otimizada, seja por meio de livros com títulos como “Produtividade Extrema”, “A Semana de Trabalho de 4 Horas” e “Mais Inteligente, Mais Rápido, Melhor,” ou por meio de sites repletos de “life hacks” para economizar segundos em tarefas cotidianas. Uma variedade de aplicativos e dispositivos prometem maximizar os resultados em relação ao trabalho diário, exercícios e até mesmo o sono. Além disso, existem bebidas substitutas de refeição, que visam eliminar o tempo gasto com a alimentação. A ideia de extrair o máximo do tempo também é a principal promessa de inúmeros produtos e serviços, desde utensílios de cozinha até serviços bancários online. 

Oliver explora a verdade subjacente sobre o tempo, destacando a ironia de como tecnologias destinadas a dar vantagem sobre o tempo (micro-ondas, lava louças etc…) acabam intensificando a sensação de falta dele. Por exemplo, a espera de dois minutos pelo micro-ondas é mais irritante do que aguardar duas horas de forno, e esperar dez segundos por uma página da web é mais frustrante do que aguardar três dias pelo mesmo conteúdo via correio. A real é que a vida se acelera e todos ficam mais impacientes.

Nossas tentativas de nos tornarmos mais produtivos parecem ter o efeito de empurrar as coisas genuinamente importantes cada vez mais para longe do horizonte. Nossos dias são gastos tentando “concluir” as tarefas, a fim de tirá-las “do caminho”, o que faz com que vivamos mentalmente no futuro, esperando quando finalmente chegaremos ao que realmente importa – e nos preocupando, enquanto isso, com a possibilidade de não estarmos à altura, de não termos o ímpeto ou a resistência necessários para acompanhar a velocidade com que a vida parece se mover agora. 

Abrace o limite

É doloroso confrontar a limitação do nosso tempo, porque isso significa que as escolhas difíceis são inevitáveis e que não teremos tempo para tudo o que sonhamos fazer. Também é doloroso aceitar nosso controle limitado sobre o tempo que temos. 

Assim, em vez de enfrentarmos nossas limitações, adotamos estratégias de evasão, em um esforço para continuarmos nos sentindo ilimitados. Nós nos esforçamos ainda mais, perseguindo fantasias de um equilíbrio perfeito entre vida pessoal e profissional; ou implementamos sistemas de gerenciamento de tempo que prometem reservar tempo para tudo, para que não seja necessário fazer escolhas difíceis. 

Ou procrastinamos, que é outra maneira de preservar a sensação de controle absoluto sobre a vida. Dessa forma, evitamos a experiência desconfortável de fracassar em algum projeto desafiador simplesmente por não iniciá-lo. Optamos por encher nossa mente com tarefas e distrações para amortecer emocionalmente nosso estado.

No entanto, negar a realidade nunca funciona. Pode proporcionar algum alívio imediato, pois permite que você continue pensando que em algum momento, no futuro, poderá, finalmente, sentir-se totalmente no controle, mas isso nunca vai trazer a sensação de que você está fazendo o suficiente – que você é o suficiente – porque define “suficiente” como um tipo de controle ilimitado que nenhum ser humano pode alcançar. Em vez disso, a luta sem fim leva a mais ansiedade e a uma vida menos satisfatória. Por exemplo, quanto mais você acredita que pode conseguir “dar conta de tudo”, mais compromissos naturalmente assume e menos sente a necessidade de perguntar se cada novo compromisso realmente vale uma parte do seu tempo – e, assim, seus dias inevitavelmente se enchem de mais atividades. 

A verdade é que, quanto mais você enfrentar os fatos da finitude – e trabalhar com eles, em vez de contra eles – mais produtiva, significativa e alegre a vida se tornará.

Em termos práticos, uma atitude de aceitação de limites em relação ao tempo significa organizar seus dias com a compreensão de que você definitivamente não terá tempo para tudo o que deseja fazer, ou que outras pessoas querem que você faça – e assim, no mínimo, você pode parar de se punir por não conseguir.

Warren Buffett sugere que façamos uma lista das vinte e cinco coisas mais importantes que queremos da vida e depois as organizemos em ordem, da mais importante para a menos importante. As cinco principais, diz Buffett, devem ser aquelas em torno das quais organizamos nosso tempo. As vinte restantes, segundo ele, NÃO são as prioridades de segundo nível, as quais devemos recorrer quando tivermos a chance. Longe disso. Na verdade, são as que devemos evitar ativamente a todo custo – porque são as ambições que não são suficientemente importantes para nós para formar o núcleo de nossas vidas, mas são sedutoras o suficiente para nos distrair das que mais importam.

Enfim, o livro fala sobre outros inúmeros tópicos interessantes, como: finitude, distrações e interrupções, sobre redescobrir o descanso etc… e só lendo para, de fato, absorver todos os ensinamentos. Contudo, para concluir, trago uma última reflexão interessante!

É um alívio perceber que nos prendemos por tanto tempo a padrões que não eram razoáveis de se esperar que fossem cumpridos. Essa percepção não apenas traz tranquilidade, mas também liberdade. Uma vez que você não está mais sobrecarregado por uma definição tão irrealista de uma “vida bem aproveitada”, torna-se livre para considerar a possibilidade de que uma variedade muito maior de atividades podem ser vistas como formas significativas de usar seu tempo finito. Além disso, você fica livre para reavaliar a perspectiva de que muitas das coisas que já ocupam seu tempo são mais significativas do que imaginava, percebendo que, até agora, estava inconscientemente subestimando sua importância, alegando que não eram “suficientemente significativas”.

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