As entranhas de uma relação conturbada entre mãe e filha

Relacionamentos tóxicos não são só os amorosos e, cada vez mais, estamos entendendo isso… Em Eva, por exemplo, a brasileira Nara Vidal explora a relação de decepções, cobranças e dependência entre mãe e filha. 

Na sinopse, já entendemos bem a semente do problema: “Eva tem o diabo no corpo. Segundo corre na família, seu nome atrai pecado.” Ao ser chamada da mesma forma que a “primeira pecadora da história da humanidade” – como escolha do pai, a protagonista cresceu ouvindo somente o pior relacionado ao seu nome, principalmente por parte das figuras maternas de sua família católica, mas em especial de sua mãe, que parecia usar isso como “aval” para tratar a filha com o dobro de julgamentos e cobranças. A relação com a maternidade, portanto, não foi das melhores para Eva… E é justamente a partir do momento em que ela perde a figura tão controversa de sua mãe que as coisas começam a desandar (ou talvez andar) ainda mais. 

A autora trabalha a dependência afetiva materna e como isso passa a se refletir nos demais relacionamentos de Eva, transitando entre os temas do luto e da perda, da estrutura familiar, dos estragos que todo esse contexto causa pra saúde mental e pelas questões de controle que perpassam os relacionamentos familiares (desde mães e filhos até companheiros).

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