Imagine acordar em um mundo onde envelhecer é opcional. Onde você não consegue distinguir entre uma aparência natural e uma fabricada em laboratório. No cenário atual da indústria da beleza, emerge um fenômeno tão fascinante quanto perturbador: a chamada “Era Indetectável”. Este novo paradigma não apenas desafia nossas percepções sobre envelhecimento e beleza, mas também levanta questões profundas sobre identidade, ética e o futuro da sociedade.
O caso de Christina Aguilera, recentemente viralizado no TikTok, serve como um ponto de partida perfeito para nossa discussão. Com 43 anos, ela parece ter voltado no tempo para seus 20 e poucos anos. Não era apenas uma questão de “parecer bem para a idade” – era como se o envelhecimento tivesse sido completamente revertido, mas de uma forma surpreendentemente natural.
Segundo o cirurgião plástico renomado da Califórnia, Dr. Prem Tripathi, o que as pessoas farão em seus rostos no próximo ano vai nos surpreender. Para ele entramos em uma era onde os procedimentos estéticos são tão avançados que se tornam indetectáveis. O que me fascina são os métodos utilizados que parecem saídos de um filme de ficção científica: vocês já ouviram falar em exossomos ou fatores de crescimento derivados de medula óssea? Ou que o DNA de salmão está sendo usado em tratamentos de pele?
A mudança de paradigma é clara: saímos da era das grandes intervenções cirúrgicas para a era das “intervenções contínuas”. O foco agora está em tratamentos frequentes e sutis, que mantêm uma aparência constantemente jovem sem os sinais óbvios de intervenção cirúrgica.
O filme “A Substância”, dirigido por Coralie Fargeat, parece premonitório neste contexto. A obra explora de forma visceral e grotesca a obsessão pela juventude eterna, com Demi Moore interpretando uma guru da beleza aprisionada pelo envelhecimento. O filme serve como um espelho distorcido, mas revelador, da realidade que estamos começando a viver.
Mas as implicações vão muito além da estética. Um dado que me impactou profundamente: influenciadores entre 18-30 anos ganham, em média, 153,6% mais do que aqueles entre 30-45 anos. Isso levanta questões sérias sobre como valorizamos a juventude em nossa sociedade e as pressões que isso cria. Ellen Atlanta, autora do livro “Pixel Flesh”, descreve essa tendência como “verdadeiramente distópica”. E confesso que, quanto mais leio sobre o assunto, mais eu entendo seu ponto de vista. Afinal, o que significa apresentar-se como alguém de 25 anos quando se tem 55 anos de experiência de vida?
A psicóloga Ailey Jolie levanta outro ponto interessante: existe uma dissonância cognitiva em jogo aqui. Como isso afeta nossas relações interpessoais e nossa própria percepção de identidade?
O que mais me intriga é como essa tendência reflete e molda nossos valores sociais. Por que, mesmo em 2024, a aparência jovem parece importar mais do que décadas de realizações e talento? E como isso afeta nossa relação com o envelhecimento natural?
Confesso que estou cheia de perguntas e poucas respostas definitivas. Mas acredito que é crucial mantermos essa discussão viva. Como navegaremos neste novo território? Quais serão os impactos a longo prazo dessa “Era do Indetectável”? Estamos caminhando para um futuro onde a idade cronológica e a aparência física serão completamente desconectadas? Quais serão as implicações disso para nossas relações sociais, nossas carreiras e nossa saúde mental?
Enquanto reflito sobre essas questões, não posso deixar de pensar que talvez a verdadeira beleza esteja na autenticidade e na aceitação de nossa jornada natural pelo tempo. Mas reconheço que é um tema complexo e cheio de nuances. E vocês, o que pensam sobre isso? Como veem o futuro da beleza e do envelhecimento em nossa sociedade? Vou adorar ouvir, me escrevam!