Han Kang conquista o Prêmio Nobel de Literatura 2024 e com isso a Coreia do Sul se firma como um case de sucesso literário mundial. Há apenas 10 anos, a literatura coreana era pouco conhecida globalmente. Com visão estratégica, o governo implementou programas de incentivo à cultura e à leitura, financiou traduções para o inglês e promoveu publishing fellowships. Em uma década, alcançaram o ápice com o Nobel – reflexo da mesma estratégia aplicada à tecnologia e educação nos anos 90. A Coreia entendeu: cultura é um setor estratégico para promoção internacional, estimulando turismo e consumo de produtos coreanos, tornando-se uma “cultura desejável”.
Anders Olsson, presidente do comitê do Nobel, elogiou Han: “Em sua escrita, ela tem uma consciência única das conexões entre corpo e alma, os vivos e os mortos, e em seu estilo poético e experimental tornou-se uma inovadora na prosa contemporânea”.
Ficou com vontade de explorar a literatura coreana contemporânea? Abaixo três livros de Han para você se aventurar nesse universo!
A Vegetariana: cenas impressionantes, numa narrativa fortíssima, que muito provavelmente vão ficar martelando na sua cabeça muito tempo depois da leitura do livro. Corajoso e engenhosa, é uma belíssima mostra da literatura coreana.
Atos Humanos: Em maio de 1980, na cidade sul-coreana Gwangju, o exército reprimiu um levante estudantil, causando milhares de mortes. O evento de trágicas consequências foi transfigurado nesta ficção extraordinária, poética, violenta e repleta de humanidade.
Livro Branco: Com a mesma suavidade da neve, ela empreende nesta narrativa uma viagem em direção aos sentimentos mais íntimos de uma mulher sobre si mesma. Um livro sobre o luto e a resiliência dos seres humanos.