Existe FOMO (fear of missing out) e JOMO (joy of missing out), mas você já ouviu falar em FOBO (fear of a better option)? O termo foi cunhado por Patrick J. McGinnis, um capitalista de risco americano, que alertou num passado não distante sobre tal fenômeno social. Confesso que desde os meus 28 anos, eu passei a ser uma pessoa bem indecisa e sim, sofro de FOBO, essa constante dúvida se eu escolhi a melhor opção vive permeando minhas decisões…
Para ser clara com vocês, a característica definidora do ‘medo de melhores opções’ é quando rola aquela indecisão diante de uma decisão simples, ou quando todas as opções na mesa são aceitáveis, e ainda assim ela aparece. FOBO pode ocorrer em diversos âmbitos, desde decisões menores – o que assistir na TV, o que comer no jantar – até decisões mais significativas, como a de aceitar ou não um novo emprego. Seja qual for o caso, uma pessoa com FOBO se vê sobrecarregada pelas possibilidades do que pode ser (alguns chamam isso de “paralisia de análise”), mesmo quando nenhum resultado é garantido, ou ainda, quando algumas dessas opções não estão sequer sobre a mesa.
Ela também é bem comum entre os empresários. Digamos que você queira lançar um novo produto. Que estrutura de front-end você deve usar? Qual provedor de hospedagem? Você deve começar de graça ou já cobrando? Cada pergunta vem com um conjunto de opções, e nem todos abordam estas opções da mesma forma.
FOBO não é nada de novo…
Temos que lembrar que ‘nossos ancestrais, há um milhão de anos, foram programados para esperar pelo melhor, porque isso significava que eles tinham mais chances de sucesso’ só que a introdução em massa de tecnologia sofisticada e da Internet acelerou os chamados FOMO e FOBO, transformando-os em um comportamento social comum. Afinal, agora somos capazes de nos comparar facilmente uns com os outros (produzindo assim, sentimentos de FOMO) e nos sobrecarregar com escolhas (produzindo FOBO).
De acordo com McGinnis, sempre na história, as pessoas se agonizaram em relação às grandes decisões de vida, como casar, aceitar um emprego ou comprar uma casa, na esperança de encontrar uma opção um pouco melhor. Hoje, diante de tantas opções, não tentamos apenas otimizar com quem casamos, ou onde trabalhamos ou vivemos – tentamos otimizar quase todos os aspectos de nossas vidas e gastamos tempo e energia desordenados no processo.
Embora seja perfeitamente normal experimentar a paralisia da análise quando à beira de tomar uma decisão importante, seja pessoal ou profissional, na maioria dos casos a FOBO trata de escolhas que não terão um impacto enorme. E, na maioria das vezes, não tomar uma decisão é pior do que escolher uma das alternativas subótimas. Portanto, aceite que não será possível prever o que vai acontecer a fim de tomar a melhor decisão do mundo, e passe a tomar a melhor decisão que puder, aceitando que o futuro vai contar sua própria história.