Você sabia que existe um mercado multibilionário no Japão de réplicas de alimentos em tamanho real? E mais, você sabia que elas são feitas artesanalmente e são hiper realistas?
Conhecidos como shokuhin sampuru, os populares modelos de comida em tamanho real são normalmente expostos na parte externa de inúmeros restaurantes casuais japoneses. Eles funcionam como material promocional – uma forma de impulsionar as vendas, mas o artesanato e trabalho por trás deles chega a ser tão extraordinário, que, de tão perfeito, faz muitos desejarem a réplica em si.
A loja top de linha Ganso Shokuhin Sample-ya em Tóquio e operada pela Iwasaki-Be-I, não oferece dois peixes iguais. Além das peças para restaurantes, eles também oferecem bugigangas para turistas: bananas cortadas em diferentes estágios de maturação, tigelas de costeletas de porco em arroz, pedaços de sushi e peixe grelhado – todas as amostras feitas à mão, por um total de 68 artesãos nas seis fábricas da empresa.
Os sampurus têm sido usados há pelo menos um século – na década de 20, os modelos tinham como material base a cera bruta, mas possuíam problemas como cores limitadas que desbotavam rapidamente, peças que se soltavam, além de problemas com temperatura – se fazia calor e a vitrine do restaurante era voltada para o sol, ninguém entrava, apenas de ver as réplicas que tinham se deformado no calor.
Nos anos 70, a maioria dos fabricantes passou a usar modelos mais caros, mas mais duradouros, feitos de plástico, montados em moldes de silicone e pintados à mão. Takizo Iwasaki, que fundou a Iwasaki, trabalhou para comercializar o processo. O modelo de negócio também mudou, e ao invés de comprar, os restaurantes hoje, alugam as amostras, o que faz sentido quando uma réplica de celacanto (um tipo de peixe) ,particularmente luxuosa, na loja Ganso da Iwasaki, é vendida pela bagatela de 2,1 milhões de ienes, quase US$17.000. Hoje o negócio também cresce na Coreia do Sul e na China.
Você deve estar se perguntando o que é mais difícil para os fabricantes de réplica recriarem do mundo dos alimentos. Por incrível que pareça, os tons de verde profundo encontrados nas folhas e vegetais frescos, mas também o calor dos alimentos acabados de cozer – a borda abrasadora de uma costeleta de porco que sai da panela, o vapor que escapa de uma tigela de arroz.
E aí, você já conhecia esse universo?