O poder da caminhada

O poder da caminhada

Caminhar é uma das coisas que eu mais valorizo nos dias de hoje – eu literalmente amo andar a pé e talvez por justamente considerarmos tal ato algo tão natural, a gente acaba ignorando seus amplos benefícios. Para mim, funciona como uma espécie de meditação e, cada vez mais, eu tenho a certeza que esse hábito deve fazer parte do meu ritual de cuidados comigo mesma. Estou me tornando aquela pessoa que não abre mão de pelo menos 10 minutos de caminhada por dia. 

Hipócrates proclamou que “caminhar é o melhor remédio do homem” e não poderia concordar mais. Quando você estiver de mau humor, procure caminhar, e depois me diga como se sente. Às vezes, me sinto completamente ‘overwhelmed’ com a quantidade de pensamentos e tarefas que eu preciso realizar, e só depois de uma caminhada consigo colocar as coisas em perspectiva. Portanto, ela não apenas traz benefícios fisiológicos, mas ela acalma a mente, queimando stress, preocupações, tensão, fazendo com que nossos problemas recuem para uma perspectiva mais controlável. 

Jean-Jacques Rousseau admitiu: “há algo em caminhar que anima e ativa minhas ideias”. Até mesmo o pessimista Friedrich Nietzsche afirmou: “todos os pensamentos verdadeiramente grandiosos são concebidos enquanto se caminha”.

Os estudos sobre os benefícios da caminhada datam da década de 1950, e a última década de pesquisa foi marcada pela crescente busca dos ‘10.000 passos por dia’ com a ajuda de smartwatches e rastreadores de atividade. Mas, esquece isso… não há exatamente um número mágico a ser alcançado. Os 10.000 foi idealizado como parte de uma campanha de marketing de pedômetros dos anos 60, no Japão. Estudos indicam que metade desta quantidade já é benéfica – o NHS (sistema público de saúde do Reino Unido) enfatiza que apenas 10 minutos diários de caminhada rápida fazem diferença.

Shane O’Mara, professor de pesquisa experimental do cérebro em Dublin, chamou a caminhada de “superpoder”, afirmando que caminhar, e somente caminhar, desbloqueia partes específicas de nossos cérebros, locais que geram felicidade e saúde. É benéfico para as articulações e os músculos; para a criatividade, retarda o processo de envelhecimento, sem falar que é um excelente momento para eliminar as telas do nosso rosto. 

Caminhar para mim também é o melhor jeito de conhecer um novo lugar – em viagens, eu não abro mão de um sapato bem confortável e de bons passos. Meus passeios me ensinam que caminhar é realmente uma disciplina e uma arte. A disciplina de remover suposições e a arte da atenção – não tem uma vez que eu caminhe que não abra a cabeça sobre algo e que não repare em algo que na última caminhada não havia feito.  
Concluo a reflexão de hoje com essa frase que encontrei por Henry David Thoreau, “dei uma volta no bosque e saí mais alto do que as árvores” e é bem por aí mesmo…

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