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Por que Elon Musk tem tantos filhos?

Em um mundo onde bilionários geralmente investem em iates, mansões com 14 banheiros ou coleções de relógios suíços, Elon Musk tem uma obsessão um pouco diferente — e, talvez, ainda mais ambiciosa: formar sua própria legião de filhos.

Sim, legião mesmo. O homem mais rico do planeta, que divide seu tempo entre reinventar o futuro com foguetes, carros elétricos e interfaces cérebro-computador, e dar pitacos nos bastidores da política americana, tem um plano pessoal que ele considera essencial para a sobrevivência da humanidade: repovoar o planeta. Com descendentes dele.

Na cabeça de Musk, o maior risco existencial da nossa era não é o colapso climático, nem a inteligência artificial descontrolada. É o declínio da taxa de natalidade. E ele, é claro, resolveu liderar a solução — como sempre faz. Só que dessa vez, usando o próprio DNA.

E não é coincidência que seus negócios estejam alinhados com essa ideia. A SpaceX quer levar a gente para Marte. A Tesla e as outras empresas financiam essa empreitada. E, nas palavras dele, garantir a sobrevivência da humanidade em múltiplos planetas é “crucial”. Mas para quem exatamente?

Em eventos globais, como uma conferência recente na Arábia Saudita, Musk é direto: “Se não fizermos novos humanos, não há humanidade.” Só que, para ele, não basta qualquer humano — ele acredita que as pessoas mais “educadas” (leia-se: inteligentes, bem formadas, provavelmente com QI acima da média) precisam ter mais filhos. E é aí que a história começa a tomar um rumo… digamos, distópico?

A parte que realmente me deixou passada vem agora — os números e os métodos. Oficialmente, Musk tem 14 filhos com pelo menos quatro mulheres diferentes — incluindo a artista Grimes e Shivon Zilis, executiva da Neuralink. Mas pessoas próximas a ele acreditam que esse número pode ser bem maior. 

A forma como ele encontra novas parceiras para esse plano é, no mínimo, questionável: ele usa o próprio X  como ferramenta de aproximação. Interage com usuárias, envia DMs, e — em alguns casos — convida para algo bem específico: ter um filho com ele. Literalmente.

Tiffany Fong, influenciadora cripto, viveu isso na pele. Depois de interações públicas (e um bom aumento de seguidores e receita via programa de monetização da plataforma), veio a proposta: um bebê com Elon. Eles nunca tinham se encontrado pessoalmente.

E esse padrão se repete. Ashley St. Clair, influenciadora conservadora, passou pelo mesmo ciclo — likes, mensagens, convite para o escritório do X, um romance relâmpago e… a sugestão de “escolher um nome para o futuro bebê” já na primeira noite juntos.

Durante a gravidez, Musk sugeriu trazer outras mulheres para acelerar o “projeto legião” — com barrigas de aluguel, se necessário. 

Vai vendo… A história toda parece ficção científica, mas é bem real — e, em muitos momentos, sombria. 

Tudo isso coordenado por um homem chamado Jared Birchall, o braço-direito que administra o império financeiro (e reprodutivo) de Musk.

 Birchall é quem negocia os termos de silêncio, os pagamentos mensais (às vezes generosos, às vezes cortados pela metade do dia para a noite), e quem avisa às mães sobre o “caminho legal” nunca ser a melhor opção. Um eufemismo sutil para dizer: não complica, ou complica.

Ashley recebeu uma proposta de $15 milhões mais $100 mil por mês. Mas também foi orientada a não colocar o nome de Musk na certidão de nascimento. Quando ela contratou um advogado, o pagamento foi reduzido. Depois, cortado pela metade. Tudo documentado em mensagens e contratos confidenciais.

No meio disso tudo, Musk planeja um complexo em Austin onde várias das mães e filhos possam viver — como um harém high-tech com segurança privada e cláusulas de silêncio. Grimes foi convidada a morar lá. Recusou. St. Clair também.

E quando as histórias começaram a vazar, o controle ficou mais difícil. Grimes fez apelos públicos para Musk ajudar com uma “crise médica” de um dos filhos. St. Clair revelou o nascimento do bebê no próprio X, antes que os tabloides o fizessem.

Na sequência, o apoio financeiro foi cortado. O teste de paternidade? Confirmou com 99,9999% de certeza que o bebê é de Musk. A justiça de Nova York está acompanhando tudo.

A pergunta que fica é: na tentativa de salvar a humanidade, será que Elon Musk não está esquecendo o que nos torna humanos em primeiro lugar? Porque colonizar Marte pode ser um plano épico — mas criar filhos na Terra, com dignidade, responsabilidade e empatia, talvez seja um desafio ainda maior.

E para alguém obcecado com o futuro da espécie, Musk parece ter uma relação, no mínimo, complicada com o presente.

Escrevi esse texto com base em uma matéria extensa e impressionante do Wall Street Journal, que vale muito a leitura na íntegra. Para quem quiser mergulhar nos detalhes, o link está aqui. (gift link)

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