Uma jornada de autodescoberta para quebrar tabus sobre capacitismo e superproteção

Netflix

Em 37 segundos, um J-drama premiado, somos apresentados à Yuma Takada (Mei Kayama), uma jovem artista talentosa que nasceu com paralisia cerebral, mas, com movimentos limitados das mãos, conseguiu desenvolver habilidades de desenho e aprimorá-las nos mangás. O talento é inegável – inclusive, sugado pela prima, quem roubava os créditos – e foi através dele que Yuma conseguiu dar vida, não só à criatividade, mas a si mesma. Quando suas habilidades foram reconhecidas por uma editora de mangás adultos, a contrapartida clara de “viver para poder ilustrar” – leia-se, ter experiências sexuais pra poder falar delas – levou a artista a sair da zona de conforto, rigidamente imposta pela mãe superprotetora (Kanno Misuzu), e viver suas verdades. Por meio de uma abordagem extremamente cuidadosa e delicada, mas nem de longe estereotipada, o longa perpassa pelos dramas e sanções que pessoas “superprotegidas” precisam quebrar ao longo do tempo, mas também por um tema quase sempre pouco explorado: a intimidade das pessoas atípicas – em suas vontades, desejos e processos de descoberta.

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