Uma leitura pra pensar sobre maternidade e o que é ser família hoje em dia 

A escritora mexicana premiada, Guadalupe Nettel, mirou em um romance profundo e de reflexão, e acertou em cheio ao contar sobre os laços que unem 3 amigas – Laura, Alina e Doris – os quais vão além da amizade e do amor, perpassando por particularidades que todas, enquanto mulheres, compartilham.

Laura – inspirada na própria Guadalupe e quem ganha o posto de protagonista – é uma doutoranda em seus 30 e tantos anos que decide fazer uma laqueadura. Alina – inspirada na amiga pessoal da autora, Amelia Hinojosa – não queria ser mãe, mas depois de se encantar com a ideia, perde a filha no nascimento para uma má formação cerebral. Doris, vizinha de Laura, é mãe solteira de um menino fofo, mas que apresenta algumas questões de comportamento.

No entrelaço das 3 trajetórias, A Filha Única se torna uma visita necessária às aflições e pensamentos que toda mulher um dia teve, está tendo ou há de ter. A maternidade nua e crua não é como muita gente pensa.. É repleta de sentimentos e pensamentos antagônicos, muitas vezes paradoxais, mas que existem para muitas e, na maioria das vezes, tendem a ser suprimidos… Por isso, o livro cumpre um papel mega importante ao discutir esses temas, de forma afetiva, e nos fazer repensar os conceitos de família – já que ela pode existir de inúmeras formas.

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