A evolução do papel do CEO

A evolução do papel do CEO

Vou fugir do tema que todo mundo traz no final de um ano, começo de outro – as metas blá blá blá. Estava lendo um conteúdo que achei ser relevante para vocês ou no mínimo inusitado: como o papel do CEO vem mudando ao longo do tempo.

Nos últimos 10 anos, o mundo corporativo, o escritório e a forma com que nos relacionamos com o trabalho vêm mudando drasticamente. Para acelerar ainda mais essa transformação, a crise da Covid-19 colocou os CEOs e as organizações que eles lideram sob grande pressão. Aquele tom imperativo não tem mais a força que tinha e a abordagem mais colaborativa e consultiva começa a tomar forma. Por mais que muitas dessas mudanças tenham sido provocadas pela crise, elas podem se tornar mudanças duradouras que desencadeiam uma forma diferente de liderança.

Job Description

Em um mundo onde o valor acionário impera, é de se esperar que muitos CEOs tenham competências voltadas para finanças. De fato, em 2019, quase um quinto dos CEOs da Fortune 500 tinha sido anteriormente um CFO. Porém, há um tipo diferente de especialização necessário no nível de CEO e é justamente o que Raffaella Sadun, professora da Harvard Business School, encontrou em um estudo recente. Ela e seus co-autores analisaram as descrições de trabalho para os trabalhos de C-suite, escritos por headhunters e codificaram as habilidades que eram necessárias neles. O resultado? As habilidades sociais estavam se tornando mais importantes enquanto as habilidades financeiras menos importantes – e isto era especialmente verdade nas empresas de high-technology.

“Quanto mais avançada tecnologicamente a empresa se torna, mais importante a capacidade de coordenar o conhecimento dos outros”, disse Sadun à Quartz. “Você está basicamente administrando um grupo de pessoas que sabem muito mais do que você, o que efetivamente requer empatia e inteligência emocional.”

A verdade é que as partes interessadas agora querem ter uma compreensão clara não apenas das metas e objetivos da empresa, mas também do propósito e dos valores. Diante de questões sociais e políticas, as organizações são esperadas e até mesmo pressionadas a se manifestar quando esses tópicos entram em conflito com as crenças da empresa.

O futuro dos CEOs

A previsão é que para os próximos 10 anos, o CEO ainda precisará ter visão, comunicar estratégias, desenvolver e contratar equipes e profissionais competentes, e isso tudo não será o bastante. Será preciso que mais CEOs compreendam e respondam com agilidade a uma série de pressões internas e ameaças externas que se acumulam em torno deles.

A gente tá cansado de saber que é quase que imprescindível para bons CEOs criar locais de trabalho inclusivos, lidar com ataques cibernéticos, abrandar a mudança climática, navegar por conflitos geopolíticos e questões éticas. Cabe ao CEO descobrir como navegar efetivamente neste tipo de paisagem, mantendo um olho nas iniciativas de lucro a curto prazo e o outro nas iniciativas de saúde organizacional a longo prazo.
 

🤓 Pra se aprofundar ainda mais: O momento do CEO: liderança para uma nova era (Report McKinsey).

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