Arrependimento é a pior, porém a mais poderosa, emoção humana

Arrependimento é a pior, porém a mais poderosa, emoção humana

O tema de hoje tem como ponto de partida o livro ‘The Power of Regret’ de Daniel Pink, escritor de cinco best-sellers do New York Times. Começo a reflexão justamente com as perguntas que ele faz: você já se deu conta que existem diferentes tipos de arrependimentos? Já pensou qual deles mais te assombra? Se a sua resposta foi ‘não faço ideia’, calma que aprofundaremos para você entender melhor.

Pink vai em direção oposta ao que a maioria de nós pensa e defende o arrependimento, argumentando que ele não só é útil, mas potencialmente a emoção mais valiosa que temos. Oi? Sim, isso mesmo. Para ele, o tão desejado ‘viver sem arrependimentos’, mantra da cultura americana, é errado e está relacionado a falta de preparo que temos em lidar com emoções negativas. Arrependimento não é algo para se envergonhar ou fingir que não sentimos, mas, sim, uma ferramenta crucial para melhorar a vida — sendo importante olhar para trás para nos movermos para frente. No livro, ele discorre sobre os aprendizados de sua pesquisa com cerca de 16.000 pessoas em 105 países e, por que ele está convencido de que o arrependimento é uma força tão positiva na vida humana.

Os 4 tipos de arrependimentos

Para ele, temos 4 arrependimentos principais: fundação, ousadia, moral e conexão. Arrependimentos de fundação são sobre estabilidade. ‘Se ao menos eu tivesse feito o trabalho. Se ao menos eu tivesse feito as coisas que me permitem ter alguma estabilidade em minha vida.‘ A ousadia lamenta, é uma questão de sentido: ‘eu não estarei vivo para sempre, quando farei algo? Se ao menos eu tivesse aproveitado a oportunidade.’ Você está em um momento de sua vida em que pode optar pelo seguro ou pode arriscar. Quando as pessoas não aproveitam a chance, elas, muitas vezes, se arrependem. O de conexão têm tudo a ver com amor. Queremos pessoas que amamos e que nos amam. E os arrependimentos morais: ‘considerando meu tempo limitado aqui, é importante para mim ser um ser humano decente, porque parte do que me dá sentido é que sou digno de confiança, sou honesto, sou um contribuinte.’ Esses quatro arrependimentos centrais são, em última instância, sobre significado, estabilidade, propósito e amor.

E nos arrependemos mais sobre o quê?

Bom, a essa altura você deve estar curioso para saber se tendemos a nos arrepender das coisas que fizemos ou das coisas que deixamos de fazer, certo? A única diferença encontrada foi uma diferença de idade, já que quando somos jovens, tendemos a ter um número semelhante de arrependimentos de ação (arrependimentos sobre coisas que fizemos) e de inação (arrependimentos sobre coisas que não fizemos). Porém, quando entramos na faixa dos 30 e 40 anos, começamos a ter algo como o dobro do número de arrependimentos por inação.

Arrependimentos de ação muitas vezes podem ter ferrões que podemos tirar proveito. Por exemplo, alguém casou com alguém que, no fundo, foi um erro, mas teve filhos incríveis… pode-se tirar um ‘ferrão’ de tal arrependimento, por isso, nessa categoria de ação, os arrependimentos são mais resolúveis. Já o de inação, é mais prolongado, porque não podemos realmente enfrentá-los, dado que não podemos reverter tal situação.

É interessante observar que os tipos de arrependimentos mais comuns foram ausência em casamentos e funerais, porque são marcadores significativos na vida das pessoas, uma forma de consolidarmos a conexão com os outros. Não houve um único arrependimento sobre uma viagem que foi inconveniente ou compras — ambas coisas passageiras.

Enfim…

‘Ao entender o que as pessoas mais lamentam, podemos entender o que elas mais valorizam.’ E seguindo o processo simples, baseado na ciência e nas etapas que ele explica, podemos transformar nossos arrependimentos em uma força positiva e, consequentemente, trabalhar e viver melhor.

E aí, bora pensar nos nossos arrependimentos?

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