O Natal chegou (literalmente) e nesta última edição trouxemos como tema a história do surgimento do Natal e o que está por trás de alguns de seus costumes mais queridos – a história de seus símbolos icônicos, desde as árvores de Natal até o Papai Noel. Bora entender tudo isso?
Repleto de tradição e de festa, o feriado cristão, celebrado na maior parte do mundo em 25 de dezembro, celebra o nascimento de Jesus Cristo, em Belém. Marcado por ser uma época de boas alegrias e diversão familiar, a data na verdade é pontuada por tradições vindas de uma variedade de culturas.
Oficialmente, o Natal como feriado começou muito provavelmente por volta do século IV, mas se voltarmos um pouco, o final do mês de dezembro sempre foi um período de muita comemoração, mesmo antes da chegada de Jesus. Os primeiros europeus costumavam celebrar a luz e se alegravam durante o solstício de inverno, quando o pior do inverno já havia passado, e se podia esperar dias mais longos com horas prolongadas de luz solar. Essa era uma época que a maioria dos gados era abatida, assim eles não precisavam ser alimentados durante o inverno, além disso, a maior parte do vinho e da cerveja feitos durante o ano tinha finalmente sido fermentada e se encontrava pronta para o consumo.
SÉCULO IV – SÉCULO XVII
Mas e dia 25, é mesmo o dia do nascimento de Cristo? Bom, nos primeiros anos do Cristianismo, a Páscoa era o feriado principal e o nascimento de Jesus não era celebrado. Porém tudo isso mudou no século IV quando o Papa Júlio I escolheu o dia 25 de dezembro como a data oficial em que os cristãos celebrariam o nascimento de Jesus. Por que a mudança? As razões ainda são debatidas, mas a crença geralmente aceita é que essa data foi escolhida para aumentar a probabilidade de que a celebração seria abraçada pelos cristãos ao redor do mundo sobre as tradições pagãs que já eram celebradas na época.
SÉCULO XVII – ATUALIDADE
No século XVII, as reformas religiosas estavam ganhando velocidade, e também influenciaram a forma como o Natal era celebrado. Oliver Cromwell e os Puritanos cancelaram o Natal, e ele não voltou até que Carlos II retornou ao trono. Quando os Peregrinos chegaram à América do Norte, em 1620, eles não trouxeram o Natal com eles, e este foi na verdade fortemente proibido em Boston, de 1659 a 1681. Sem querer dar o braço a torcer e não querendo abraçar nada britânico, os americanos se recusaram a celebrar o Natal após a Revolução Americana, então o Natal não era um feriado federal nos EUA até 26 de junho de 1870.
O que aconteceu foi que americanos passaram a abraçar e atualizar as tradições natalinas trazidas para os Estados Unidos por imigrantes, como as famílias holandesas que honravam o agora muito conhecido São Nicolau, e a acolher novas tradições vindas do exterior, como a árvore de Natal, moldando as tradições do feriado naquilo que conhecemos hoje.
Por que o chamamos de Natal?
De acordo com a Newsweek, a palavra Natal é uma combinação das palavras “Cristo” e “massa”. Já a palavra “Cristo” é oriunda da palavra grega “Christos”, que vem do hebraico que significa “Messias”. O Messias, no judaísmo, é o nome do esperado rei destinado a libertar a nação judaica. E olha só que interessante: em outros idiomas, há algumas palavras para o Natal que também estão relacionadas com o nascimento de Jesus. Por exemplo, a palavra Navidad está relacionada à natividade, assim como a palavra Natale.
E quem inventou o Papai Noel?
A lenda do Papai Noel pode ser rastreada até um monge chamado São Nicolau, que nasceu na Turquia por volta de 280 DC. São Nicolau deu toda a sua riqueza herdada e viajou pelo campo ajudando os pobres e doentes, tornando-se conhecido como o protetor de crianças e marinheiros. No século XVIII foi quando São Nicolau entrou pela primeira vez na cultura popular americana, mais precisamente em Nova York, quando famílias holandesas se reuniram para homenagear o aniversário da morte de “Sint Nikolaas” (holandês para São Nicolau) que é justamente dessa abreviatura que vem o nome “Santa Claus” (Papai Noel).
Já a figura do homem alegre com um saco de brinquedos surgiu devido ao poema de Natal escrito pelo ministro episcopal, Clement Clarke Moore, em 1822. O poema falava justamente da visita de São Nicolau que voava de casa em casa em um trenó dirigido por renas para entregar brinquedos. Já a versão icônica que conhecemos hoje do homem alegre de vermelho com uma barba branca e um saco de brinquedos foi imortalizada em 1881, quando o cartunista político, Thomas Nast, desenhou no poema de Moore para criar a imagem do Velho São Nicolau que conhecemos hoje.
Extra: Como o Natal tem evoluído ao longo dos séculos.