Vi este curta-metragem intitulado “Começo e Fim da Humanidade” durante o feriado e ele me deixou louca. O filme conta a história fictícia de um homem chamado Clay, que se encontra no começo e no fim de tudo. Os conceitos de inteligência artificial, carregamento da mente e singularidade são explorados no filme e seus resultados imensos, complexos e incertos também são discutidos. É realmente difícil não ficar curioso e intrigado com o que é explorado no filme e, na minha opinião, é um must-watch. Em resumo, o filme questiona se a ideia de alcançar tudo e compreender os segredos do universo vale a pena o esforço? E eu busco, a partir desse filme que mescla ficção-científica e filosofia, refletir sobre a nossa existência e sobre o que tem por trás de tudo,
Pesquisando mais a respeito, me deparei com um artigo da The New Yorker que menciona Toby Ord, filósofo e pesquisador sênior da Universidade de Oxford, autor do livro, “The Precipice: Existential Risk and the Future of Humanity” e funcionário do Future of Humanity Institute da Universidade, cuja especialidade consiste em teorizar nosso destino coletivo. Toby acredita que a nossa fase atual da história, chamada de “o precipício“, começou às 11:29 da manhã de 16 de julho de 1945, hora do teste de Trindade, quando a primeira bomba nuclear foi detonada e ‘sugere que isto terminará, ou com um esforço global compartilhado para assegurar a sobrevivência contínua da humanidade ou com a extinção de nossa espécie.’
Seu livro cataloga muitas catástrofes possíveis. Há os riscos naturais com os quais sempre convivemos, como asteroides, erupções super-vulcânicas e explosões estelares – “nenhuma delas me mantém acordado à noite”, diz ele. Depois há as ameaças em grande escala que criamos para nós mesmos: guerra nuclear, mudança climática, pandemias (que se tornam mais prováveis pelo nosso modo de vida), e outros métodos inovadores de destruição provocada pelo homem que ainda estão por vir. Ord está mais preocupado com duas possibilidades: inteligência artificial fortalecida e desalinhada com os valores humanos (para ele uma chance em dez de acabar com a humanidade nos próximos cem anos) e pandemias engendradas (ele pensa que elas têm uma chance em trinta de derrubar a cortina). A pandemia que estamos enfrentando atualmente é ‘o tipo de evento que o pesquisador descreve como um “tiro de aviso” – uma catástrofe de menor escala que, embora assustadora, trágica e perturbadora, pode também estimular tentativas de prevenir desastres de maior magnitude no futuro.’
Se pudermos aprender a valorizar a vida das pessoas em outros lugares e circunstâncias igualmente à nossa, então podemos fazer o mesmo para pessoas situadas em momentos diferentes no tempo. Prever ameaças graves faz parte de nossa suposição histórica e progressiva de responsabilidade para com nós mesmos. Essas pessoas do futuro, cuja qualidade de vida e própria existência serão intimamente afetadas por nossas escolhas de hoje, importam tanto quanto nós; da perspectiva de nossa espécie, elas são nós e nós somos elas. O desafio é adotar um novo estado de espírito no qual as ameaças distantes não sejam confundidas com ameaças impossíveis.
Para se aprofundar ainda mais: