Nem todos vão gostar de você

Nem todos vão gostar de você

Eu não quero (e não preciso) que fulano goste de mim”. Hoje, penso e falo abertamente sobre isso. Eu já fui muito inclinada em tentar fazer as pessoas gostarem de mim. Já liguei muito para o que os outros pensavam sobre o jeito que falo, penso e argumento as coisas. Hoje em dia, percebi que agir como o outro espera pouco acrescenta na minha vida.

Será que falei certo? Será que agi com responsabilidade? Será que falar que gosto daquele pensamento fez sentido? Será que estou sendo legal? Antes, estas perguntas eram examinadas sob o filtro “estou fazendo a coisa certa? Assegurar que eu estava sendo a versão “certa” de mim sempre foi um trabalho em tempo integral, processo este que era demorado, consumia energia e pior, me drenava.

Sem me dar conta, no passado já fiquei ausente da minha própria vida. Em vez de olhar para dentro, muitas vezes estava ocupada lendo a mente de outras pessoas para descobrir o que elas queriam ou achavam. Fazia o melhor que podia para ser a versão perfeita e impecável de mim. E não, eu não era feliz assim. Porque é isso que acontece quando acreditamos ser possível, e vital para nossa felicidade, fazer com que todos gostem de nós.

Hoje em dia é muito mais aquela história, deu ou não deu match. Não levo tempo para construir as minhas amizades. Isso que moro fora e tive que literalmente construir TO-DAS as minhas relações do zero e não, não tive problema para tal – grande parte dos meus amigos amados estão aqui. Então percebi que sou boa em conhecer as pessoas, boa em construir amizades verdadeiras e duradouras. Sou boa em me relacionar com as pessoas. Sei construir e sei preservar relações, portanto, algo faço direito, né? Já as amizades que demoram ou não decolam, não merecem tanto a minha atenção.

É sobre isso, aceitar que vamos nos dar bem com alguns e outros, nem tanto. Aceitar que tem gente que temos que conviver, mas não necessariamente gostar ou ‘ser gostada.’ Não é possível fazer com que todos gostem de nós. Aprendi que não funciona assim. E com certeza não é vital para nossa felicidade, muito pelo contrário.

Quando acreditamos que seremos felizes quando todos gostam de nós, trabalhamos duro para fazer com que todos gostem de nós. Mas mesmo a versão ‘certa’ e ‘perfeita’, não garante que tal objetivo sera atingido. Ainda haverá pessoas pensando que sou muito extrovertida ou fresca, chata e estúpida.

A ironia é que, se não formos fiéis a nós mesmos, mesmo quando as pessoas gostam de nós, andam conosco, aprovam aquela ‘versão fabricada’ de nós, nos sentimos desconectados e sozinhos – porque, sem saber e sem querer, perdemos contato conosco mesmos. Por isso, há um bom tempo cansei de me esforçar para fazer coisas que fingia me energizar, mas que, na verdade, me drenavam.

Cansei de corroer a minha auto-confiança. Nem todos vão gostar de nós. Aceitar isso cria espaço para que a felicidade entre em nossas vidas. Cria espaço para sermos quem realmente somos. Isso nos permite sair com pessoas que nos entendem, porque estamos dispostos a ‘isolar’ as pessoas que não o fazem. Esse é o aprendizado que veio com a maturidade e adoraria ter aprendido uns aninhos antes.

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